Icó é uma grande cidade pequena. Mesmo distante dos
principais centros econômicos do Ceará, ela saboreou seu apogeu econômico e
galgou lugar no roteiro cultural e turístico do estado. Sobretudo depois que
parte do casario desta antiga “Princesa dos Sertões” foi tombado pelo Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O nome Icó veio do
dialeto indígena Tapuia, que quer dizer “água (ou rio) da roça”. Contudo, desde
seu surgimento, nas derradeiras luzes do Século 17, o povoado suplantaria a
singeleza de seu significado.
Aos olhos do visitante, a primeira visão que encanta é o
conjunto arquitetônico de despojada funcionalidade e beleza, formado por
sobrados, casarões e igrejas de estilo eclético, colonial e barroco, em
harmonia com a exuberância natural que envolve a cidade. Construídos em meados
do Século 19, esses prédios sobreviveram aos homens e ao tempo, mantendo suas
integridade e essência, apesar de terem sofrido descaracterizações (mais tarde
revertidas) durante ocupação agressiva do sertão cearense.
Tais edificações emergiram em momentos de prosperidade
alicerçados na criação de gado, no cultivo de vazantes do Rio Salgado e,
sobretudo, no fato de a então Vila de Icó se ter convertido em cruzamento de
importantes trilhas de comunicação do Brasil Colônia. Favorecidos por esse aspecto, comerciantes
locais enriqueceram, atendendo tocadores de gado que ali surgiam vindos pelas
Estradas Geral do Jaguaribe e das Boiadas, caminhos de ligação do Ceará com os
estados de Pernambuco, da Paraíba e do Piauí. A efervescência econômica mudou a
fisionomia urbana de Icó até sua conversão em cidade.
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